Nesta sexta-feira (15), J-Hope lançou seu primeiro álbum solo, denominado “Jack In The Box”. Composto por 10 faixas, o trabalho inclui “MORE”, música já conhecida pelo público; e “Arson”, o mais novo single da era.
Desde o anúncio do trabalho, o artista tem preparado o público sobre o que está por vir – foram lançadas imagens conceituais, teasers e mais. No entanto, mesmo com toda a preparação, o álbum surpreende até os mais familiarizados com o seu repertório.
Isso acontece porque, em “Jack In The Box”, J-Hope busca uma autorreflexão e distanciamento de sua habitual persona alegre e esperançosa. Aqui, ele mostra toda a maturidade artística que adquiriu desde o lançamento de sua mixtape em 2018, “Hope World”. Como resultado, o ouvinte pode se deparar com um projeto que é igualmente coeso, experimental e diverso.
Acompanhe o faixa a faixa:
A faixa que abre o álbum é “Intro”. Como o nome indica, esta é uma introdução para a jornada na qual o público é convidado a embarcar. Não há vocais aqui, e sim uma narração: é possível ouvir um fragmento da história da Caixa de Pandora, que traz como moral a importância da esperança para a humanidade. “A esperança deu às pessoas a vontade de continuar vivendo em meio à dor e ao conflito”, diz a narradora.
A introdução conecta-se diretamente com a segunda faixa, “Pandora’s Box”. A canção possui uma atmosfera misteriosa e apresenta o rapper e cantor em um momento de introspecção, comentando a origem de seu nome artístico. Entre seus versos interpretados de maneira afiada, também há uma conexão com o próprio título do projeto: Jack-in-the-box. Trata-se de um brinquedo que consiste em uma caixa com uma manivela, que quando girada revela uma figura, sendo geralmente um palhaço ou bobo da corte. No entanto, a revelação dessa figura é uma surpresa; o que, no contexto do álbum, pode ser interpretado como o desejo de J-Hope em “sair da caixa”.
Em sequência, há “MORE”. A música havia sido apresentada como um pre release, e se encaixa perfeitamente na progressão do disco. O ponto alto é o refrão, que mostra os vocais guturais do cantor, em paralelo a um instrumental carregado pela guitarra. É uma das faixas mais experimentais e inovadoras do projeto: a ambição narrada nos versos de J-Hope se junta a uma mescla de sonoridade de hip-hop old school e rock.
“STOP” e “= (Equal Sign)” mostram um vislumbre do idealismo e consciência social do artista. A primeira traz uma reflexão de J-Hope sobre a natureza das ações humanas, em uma faixa que se destaca por sua variedade de flows. Já a segunda é um tributo às diferenças; e os ouvintes poderão se deleitar com os vocais relaxados que o cantor entrega, em uma performance não tão habitual de sua parte.
“Music Box : Reflection” é uma interlude, que oferece uma experiência mais imersiva. A produção remete a – como o nome já indica – uma caixinha de música, e é possível ouvir a respiração do artista transitando de um lado para o outro (característica que fica mais evidente ao escutar com fones de ouvido).
A faixa faz a transição para “What if…” que continua a oferecer a atmosfera assombrosa da interlude. Essa é uma das músicas mais introspectivas de todo o projeto. “Eu me pergunto mil vezes, eu sou realmente assim? Esperançoso, otimista, sempre com um sorriso no rosto”, questiona J-Hope ainda no início da canção. Em certos momentos, a letra explicita confissões sinceras e, até mesmo, dolorosas. Subsequentemente, “Safety Zone” tem uma sonoridade mais leve, mas não abandona a melancolia de sua antecessora. A melodia é agradável e tranquila, entretanto a letra leva a canção para uma área bem mais profunda e íntima.
“Future” também é melódica, mas um pouco mais otimista. Aqui, o artista conclui que o que está à frente é sempre imprevisível e, portanto, é necessário ter fé e coragem para caminhar em direção ao futuro.
Por fim, há “Arson”. A última faixa do álbum também é a mais visceral e intensa. Ao analisar-se a mensagem, é evidente o porquê de ela receber destaque como um single – a música possui a mesma paixão e ambição de “MORE”, e acrescenta uma atmosfera de desordem que é magnética.
Em resumo, “Jack In The Box” é uma maneira forte e marcante de J-Hope lançar-se como solista. É um disco surpreendente e sincero, mas que, ainda assim, possui as principais características do artista.
3 respostas para “ Review: Jack In The Box”
Análise maravilhosa!
[…] como e quando veríamos o lado artístico de cada um. Primeiro tivemos j-hope, com o lançamento do álbum “Jack In The Box”, depois Jin lançou “The Astronaut”, em seguida veio RM com o álbum “Indigo”, e para […]
[…] os passos do membro mais velho, Jin, mesmo depois de ter lançado o álbum Jack in the box, performado no Lollapalooza Chicago e ter documentado tudo para seus fãs, j-hope não podia ir sem […]