Mono: a arte em conflitos de RM

RM durante viagem em 2019 | Fonte: 방탄소년단 twitter

Catharina Maciel e Gabrielly Guimel¹
Revisado por: Mariana Mathias

Mono, por diversos motivos, respira arte, pois tudo é conectado. É notável isso nos detalhes das escolhas de RM e nas suas preocupações por uma identidade que conversasse e representasse o conceito como um todo.

A playlist tem sete faixas sido lançada no dia 23 de outubro de 2018 de “surpresa”, com apenas dois dias de aviso “prévio” e sem promoção, juntamente com o MV de “Forever Rain”. Mais tarde, também, foram apresentados os Lyric Videos de “Seoul” e “Moonchild. Abordaremos aqui, essas faixas e, mais profundamente, “Forever Rain”, buscando demonstrar para vocês como a arte conversa, impacta e é importante no universo musical. Ressaltamos que todas as interpretações são subjetivas, temos diferentes pontos de vista, e como trouxemos em outras publicações no PAINEL: não existe certo ou errado!

Podemos começar com alguns questionamentos como: ”Quantas vezes você já viveu bloqueios artísticos durante um processo de criação?”, “Sentiu dificuldade de traduzir para sua arte o que queria?” e “Sentiu medo de  expressar-se? Medo de  ser julgado por isso?”

Muitas vezes, mesmo para artistas, é difícil expressar-se e encontrar a “melhor maneira” de produzir sua arte, assim como sentir medo de ser julgado e arriscar-se em algo diferente, sabendo da possibilidade de ter resultados negativos e até mesmo ser rejeitado por ser quem é e pela arte que produziu. Essas situações, emoções e possibilidades tornam difícil  o processo de criação e inspiração. E para RM não foi diferente.
Em uma live realizada dias depois do lançamento da mixtape, o artista comentou sobre como foi um processo intenso de quase 2 anos. Durante esse período, ele comenta que passou por sua mente diversas vezes a ideia de ser julgado, por ser um álbum com um gênero diferente do que as pessoas estão acostumadas a esperar dele, onde há músicas que ele canta, sendo outra característica não usual nas suas produções. Após algum tempo, ele conseguiu se desprender desse sentimento, percebendo que a pressão de provar o seu valor era desgastante, desse modo simplesmente decidiu o que queria fazer. Ele contou que esse foi um dos motivos pelo qual intencionalmente escolheu a capa da mixtape com um conceito minimalista, ao invés de algo complicado.

“Eu tinha tantos pensamentos na minha cabeça, mas expressar e materializar eles foi  muito difícil. Mas é isso que um artista faz.”

— RM, VLIVE (2018)
Capa da mixtape | Fonte: Spotify

A arte também é um ofício que busca impactar as pessoas de alguma forma, fazendo elas refletirem ou oferecendo conforto, e eternizando-a na memória. RM buscou que Mono fosse especial de maneira que as pessoas pudessem lembrar de ao menos uma música em algum momento especial. O artista acredita que todos costumamos lembrar de alguma faixa musical em determinados momentos  da vida ou ter faixas “escolhidas” para momentos específicos.

“Eu queria fazer músicas que ficassem na memória das pessoas” 

— RM, VLIVE (2018)

Mono: monocromático, mesma frequência, mesma vibração, são ideias que ilustram a narrativa e o sentimento do álbum. Esse é o impacto que ouvimos na construção da narrativa crua da playlist do líder e rapper do BTS, RM. Na ideia de linearidade de melodias, a intenção de continuidade ganha cor nas letras profundas e reflexivas da mixtape. A cultura de “mono” aparece em costumes como  nas indagações dos porquês, da insegurança e da dúvida sobre a sua capacidade de ser alguém.

Ademais, o termo “mono” carrega o significado de solidão que é refletido nas faixas, assim como o termo monocromático refere-se às cores monocromáticas. As cores são ferramentas importantes para um artista, representam sentimentos e ideias que afetam a razão e a emoção das pessoas. A mixtape trata de questões profundas e assuntos que as pessoas podem considerar infelizes, logo você pode perceber “mono” expresso na estética monocromática empregada.

“Eu costumava só usar preto, roupas escuras, e consumir objetos também, tudo. (…) Não foi até recentemente que eu comecei a usar cores, foi uma grande mudança pra mim (…) Naquele momento, quando eu percebi isso, senti que deveria refletir sobre eu mesmo.”

 — RM, VLIVE (2018)

As faixas refletem um RM de 2016 até início de 2018, trazendo reflexões sobre o dia a dia. O gênero escolhido em sua base foi o lo-fi hip hop que conecta-se perfeitamente com a estética narrativa do álbum. Originado do low fidelity (baixa fidelidade), sua aplicação normalmente é usada por limitações financeiras de artistas. Porém, esse não é o caso de “mono”, com a participação de HONNE na faixa “Seoul”, dupla inglesa de synpthpop (pop sintetizado), que atribuem a playlist toda uma pegada nostálgica e retrô.

“Se amor e ódio são a mesma palavra, eu te amo Seoul
Se amor e ódio são a mesma palavra, eu te odeio Seoul”

 — Seoul (RM/HONNE, 2018)

E é com “Seoul” que iniciamos a conversa. Essa é uma faixa de perfeito equilíbrio entre a leveza da batida da música, que opõe-se ao tom da letra que questiona seu amor e ódio pela cidade. A Capital da Coréia do Sul demonstra um estilo de vida diferente do que o rapper estava habituado descrito pelo trecho: “Já estou muito acostumado com a harmonia desta cidade/ mesmo que minha infância seja distante e [a cidade] seja cheia de prédios e carros, esta é minha casa agora”. Seoul (RM/HONNE, 2018)

Muitas vezes, um artista pode ter uma conexão muito forte com sua cidade natal ou com alguma cidade por onde passou momentos significativos da sua vida. A batida da faixa também pode ser relacionada com as batidas do coração. RM contou que a inspiração para a música  originou-se dessa associação, percebendo algo como “sentir seu coração”. O rapper escutava a “batida” repetidas vezes enquanto andava de carro até sentir que ela seria “perfeita” para “Seoul”.Inclusive no Lyric Video*, além de mostrar locais muito característicos de uma cidade grande como Seoul. As imagens captadas do vídeo são de uma câmera em movimento, similarmente as imagens enxergadas por alguém dentro de um carro, simulando um passeio pelas avenidas da cidade.

RM ‘seoul (prod. HONNE)’ Lyric Video – Fonte: HYBE LABELS

Nascido em Ilsan, uma metrópole próxima à capital, o rapper foi um dos  milhares de jovens que saem do interior de suas casas e vão para “cidades grandes” em busca de um sonho, um lugar ao sol na indústria da música. E mesmo com o brilho da capital, RM pergunta “seoul, seoul /por que sua pronúncia é igual a alma? / Que alma você tem?”

O líder do BTS é bem conhecido por fazer uso de jogos de palavras nas suas músicas. Logo, algo muito interessante a ser observado na produção dessa faixa é a colocação na palavra seoul de fundo, como se fosse um eco da alma do compositor, ressoando em conflitos sobre ele mesmo. Será que tudo isso valeu a pena? 

Voltando ao gênero musical, o lo-fi tem a sua própria estética musical, ele incorpora muitos ruídos que são considerados indesejáveis durante as gravações e são utilizados de modo criativo nas músicas. Alguns exemplos que podemos apresentar o lo-fi a vocês são vinhetas, sons de vitrola, de pessoas, da natureza, da cidade, de objetos, de solos ou sons repetitivos.

“Seoul”, então, apresenta-se no contraste de uma cidade grande aos sons ambiente, melodias leves, proporcionando aos seus ouvintes o estado de caos e tranquilidade, onde há alento e conforto.

Se estávamos na tranquilidade de “Seoul”, a faixa “Moonchild” chega com batidas de hip hop trap pesadíssimas para mostrar que abraçar a sua dor, faz parte do seu crescimento para o sucesso “Nós temos que dançar na chuva/ Dançar na dor” (RM, Moonchild, 2018). Sendo “filho da lua”, RM escreveu essa letra na terceira pessoa, onde o Namjoon de “fora” conversa com o de “dentro”, tratando-se carinhosamente como uma criança. O “filho da lua” não é apenas uma fonte de conforto, mas a lua, enquanto espaço e ideia,  também é. 

“Filho da lua, você brilha / quando você se levanta, é sua hora / filho da lua não chore / quando a lua nascer, é sua vez”.

— Moonchild (RM, 2018)

A faixa é sobre as pessoas que preferem a noite, que durante o dia se sentem sufocadas, seja pelo trabalho, seja por razões similares. Então à noite, longe da pressão e dos olhos das outras pessoas, enfim sentem-se livres. Logo, como a lua parte ao amanhecer, a vida se esconde na vontade de permanecer vivo, no trabalho duro. Também, muitas das nossas vontades esvaem-se pelo desgaste do esforço de querer fazer o que mais amamos, RM vai dizer que “Mesmo que vá embora, ainda é incapaz de partir/ Se você quer morrer, então tem que tentar viver ainda mais”. (Moonchild, RM, 2018)

O Lyric Video (glossário e tradução) se passa em um ambiente escuro e num espaço claustrofóbico*, algo como um quarto. É notável algo como uma janela, onde tudo é visto dali. O personagem aparece sentado, olhando para o chão o tempo todo, paralisado, transmitindo-nos a sensação de estar preso.  A pressão, os olhares e a quantidade de informações a serem processadas e absorvidas são representadas pela velocidade que as animações, assim como nos trechos aparecem na tela no pequeno espaço, nas diferentes cores, nas formas e até mesmo na representação das fontes das letras.
No momento final em que o trecho “Quando a lua nasce, é a sua hora / Vamos lá / Filho da lua, você brilha / Quando a lua nasce, é a sua hora”(RM, Moonchild, 2018)  é cantado, nos é apresentado um céu estrelado que transpassa os limites do pequeno quarto. Em seguida, a lua cheia surge no centro, sendo  nesse momento que podemos observar que o personagem não está ali. Desta maneira, podemos nos questionar: estaria ele agora livre?

RM ‘moonchild’ Lyric Video – Fonte: HYBE LABELS

“Moonchild” é uma faixa para você sentir-se motivado, sendo uma descarga de esperança onde o rapper compartilha uma mensagem perspicaz e poética.

FOREVER RAIN

Como chuva ela veio e afagou a solidão. Introspectiva e realista, a faixa “Forever Rain”, finaliza toda a narrativa que mono (2018) propõem contar, é uma conversa honesta de forma lírica. Logo, se pudéssemos descrever nossas dores em forma de poesia a playlist de mono (2018) seria uma delas.
O gênero lo-fi originado de low-fidelity (baixa fidelidade), é caracterizado pelos ruídos conectando-se com o conceito “cru” do álbum, com a minimalismo* que é perceptível na estética do álbum, bem como na representação gráfica do MV de “Forever Rain”. A arte tem um papel importante na transmissão desses sentimentos e na tradução materializada de conceitos que ligam-se como um todo. Assim, podemos notar que na capa da mixtape é apresentada com uma escrita manual, já no MV com desenhos minimalistas que representam a simplicidade, e até mesmo uma certa instabilidade. Desta forma, as cores sóbrias que compõem a capa podem também representar sentimentos como de tristeza e de angústia.

Imagens dos personagens no projeto do MV de Forever Rain – BTS – RM solo ‘forever rain’ MV – ARTWORK. – Fonte: Choi Jae Hoon

Convidamos a ilustradora Juliana Follador para falar sobre o Music Video animado, dirigido por Choi Jae Hoon que também atuou como diretor de criação visual.  A ilustradora conta que é possível identificar o vídeo como uma animação, pois é possível perceber que existe um turn around* do personagem, que é o design de frente, lado, costas, ¾  como apresentado na imagem acima.

A letra de “Forever Rain” é objetiva, ela diz exatamente, sem rodeios, o que RM está sentindo, ele gostaria que as pessoas pudessem sentir o mesmo que ele sente; entender o que ele entende. Vemos nisso,  um processo de auto exclusão, resultado de uma falta de compreensão. Ao mesmo tempo, existe uma dualidade, ele pode desejar que as pessoas o entendam, porém por ser uma figura pública, ele não gostaria dessa atenção e, possivelmente, sente que dessa forma não consegue mostrar isso.

“Queria que chovesse o dia todo/ Porque assim as pessoas não olhariam pra mim, sim/ Porque o guarda-chuva cobriria meu rosto triste”.

— Forever Rain, RM (2018)

É como se ele escondesse segredos, assim como seus sentimentos. No MV, há pessoas perambulando na chuva,  elas aparecem com os rostos distorcidos,  demonstrando que estão escondendo algo e vivendo  com outras faces, sendo quem eles não são.

Imagens do MV de Forever Rain – Fonte: Choi Jae Hoo, Behance

No projeto Behance (2018) de Choi Jae Hoon temos a apresentação dos personagens e dos cenários, onde podemos identificar características principais na animação como o uso monocromático e o trabalho com preenchimentos e hachura* (que são as linhas). Ao contrário do uso de cores, foi utilizado preenchimento e diversos tipos de texturas feitas com sobreposição de hachuras. Essa técnica permite criar volume e dar movimento ao desenho adicionando um efeito de luz e sombra.

Imagens do MV de Forever Rain – Fonte: Choi Jae Hoo, Behance

Nesse processo de auto exclusão e o sentimento de não pertencimento ao mundo, é perceptível que ele caminha sozinho nessa chuva, num caminho preto de água que podemos interpretar como suas lágrimas. No MV também pode-se observar como ele é o único nesse caminho  com os pés no chão, todos os outros  personagens encontram-se flutuando.

Imagens do MV de Forever Rain – Fonte: Choi Jae Hoo, Behance

A ilustradora conta que todo o conceito de arte do vídeo é baseado nesse traço, assim como a animação. Grande parte do processo de criação foi tradigital, ou seja, alguns momentos foram animados as camadas separadas de um desenho só, como nessa imagem acima do personagem com a chuva. Os animadores utilizam uma arte estática, como no vídeo abaixo, e animam algumas camadas como as nuvens de baixo se mexendo.

RM ‘forever rain’ MV – Fonte: HYBE LABELS

Frame* a frame, é possível perceber que os pingos de chuva são só desenhos de riscos em lugares diferentes que são intercaladas a cada dois frames, mudando a posição dos riscos.

“Apenas continue chovendo para sempre
Quando você cai, eu não estou mais sozinho
Por favor, fique ao meu lado
Rap lento, música lenta, chuva lenta
Tudo lento

Quando chove, transborda”

— Forever Rain, RM (2018)

Nesse momento, um pássaro branco que tem origem a partir de uma gota de chuva, aparece e dissipa-se. Pássaros brancos são símbolos da paz e da liberdade, logo um pássaro construído a partir da chuva quando o rapper entoa “quando chove, transborda”, pode ser que somente nesse momento ele sente-se livre. Também, ao mesmo tempo que é um dos únicos momentos onde o personagem principal fica sem o boné, mostrando seu rosto. É como se a liberdade de Namjoon estivesse atada,  tendo que esconder sua tristeza.

RM ‘forever rain’ MV – Fonte: HYBE LABELS

Forever Rain” é a faixa mais orgânica da mixtape, nela ouvimos vários instrumentos sendo utilizados em um lo-fi mais alternativo, que engrande-se em um poderoso coro, semelhante aos refrões de músicas gospel. Nesses momentos, RM parece estar tentando de alguma forma gritar o que está sufocando-o. Ao mesmo tempo se tem um rap bastante relaxado, exaustivo como estivesse arrastando-se.

“Quando chove sinto que tenho um amigo
Que segue batendo em minha janela
Me perguntando se estou indo bem e eu respondo
Que ainda sou um refém da vida”

“Me deixam respirar mais devagar
Porque minha vida, meu rap, geralmente são muito rápidos”

— Forever Rain, RM (2018)

Namjoon demonstra toda sua capacidade de conhecimento de si junto a força de enfrentar as suas imperfeições, julgamentos externos que resulta na criação do seu profundo conceito do “amar a si mesmo”. Em mono ele expõe-se como exemplo, analisa-se e deixa os outros analisarem-o.
Então, você também já teve esse medo de ser julgado? De tentar experimentar algo e não dar “certo”? De esperar que as coisas aconteçam rápido? Observe o processo de RM na construção dessa mixtape, que é uma “obra de arte” que nos toca profundamente. Artistas, mesmo com medo, busquem experimentar, busquem conhecer o seu jeito, busque sua origem, procurem ser artistas se inspirando nele e como ele se mostra, de alma completa, com paixão e peito aberto.

Sinta mono, observe o processo do artista da mixtape e deixe-se ser abraçado por essa mixtape. A janela de mono está aberta para quem quiser embarcar nesse universo apreensivo e nostálgico, monocromático, mas repleto de cores e camadas sensitivas. É uma casa dividida em quartos, setores e estações. Ela tem sua própria linguagem e seu ponto de vista. Se abram para mono se abrir para vocês. Permitam-se.

Gabrielly Guimel¹: parceria com painel Olhar

Glossário

  • Claustrofóbico*: Relativo à claustrofobia – Medo dos espaços pequenos e fechados.
  • Frame*: É cada uma das imagens fixas de um vídeo.
  • Hachura*: Técnica artística utilizada principalmente no desenho para criar efeitos sombreados e de tons em uma imagem, a partir de pequenos rabiscos utilizando linhas paralelas próximas.
  • Lyric Video*: Conteúdo audiovisual com  música e a letra aparecendo simultaneamente.
  • Minimalismo*: Série de movimentos artísticos, culturais e científicos que preocuparam-se em fazer uso de poucos elementos fundamentais como base de expressão; Estética minimalista – visualmente clean e com cores neutras;  Estilo de vida focado em ter menos coisas/somente as realmente necessárias;
  • Turn around*: Animação girando o personagem em 360º a partir dos desenhos do personagem em diversas faces/ poses.

Referências

Uma resposta para “Mono: a arte em conflitos de RM”

  1. O orgulho imenso que tenho de vocês não caberia nesse comentário! Obrigada, BAA por terem feito uma tradução tão sensível e impecável, tecendo à minúcia todas as características da obra do RM. Eu sou uma fiel amante da arte do rapper e ler um texto de extremo cuidado, carinho e perfeição ao falar de Mono, é uma das dádivas de fazer parte desse fandom. Obrigada por tanto!

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